sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Está na Hora de ir

Acompanhamos com temor o declínio da saúde de nosso amado irmão Sérgio Campos. Um doce de pessoa, amigo, companheiro de pescaria, tocador de violão, que sempre estava disponível a nos conduzir em adoração nos nossos encontros de crescimento bíblico e comunhão. Sempre que íamos pescar, trazia o seu velho companheiro, o Beacon, velho cão de estimação. Só o Beacon era permitido entrar no clube de pesca, os demais eram proibidos.

Sérgio travou uma dura batalha contra Hepatite C, contraída nos anos de juventude, quando esteve longe do Senhor. Vivia fazendo tratamentos, buscando alternativas clinicas para sua saúde. Finalmente as portas se abriram para que ele pudesse realizar um transplante de fígado na Beneficência Portuguesa, em São Paulo, que é centro de excelência médica. Todos os processos foram adequados e finalmente ele poderia receber um novo fígado.

Apesar da cirurgia ter sido um sucesso, neste ínterim, Sérgio adquiriu um câncer, e seis meses depois, partiu para voltar para o Pai Celeste.

Nos últimos dias seu quadro de saúde foi se complicando cada vez mais. Na noite de seu retorno ao céu, estávamos muito apreensivos e nosso temor se concretizou, porque seu corpo não mais resistiu.
Meu filho Matheus morava em São Paulo com o filho do Sérgio, o Silvio Neto, que por alguma razão era chamado pelo seu círculo de amigos de “Dell”. Meu filho sempre apreciou muito a companhia deste amigo, gosta demais de sua vó, D. Geni Campos, uma das mulheres mais sensíveis e doce que jamais pastoreei. Meu filho também tinha uma apreciação muito especial pelo Sérgio.

Naquela noite tensa em Anápolis-GO, na cidade de São Paulo, onde meu filho morava, ele teve uma visão (?), ou sonho (?) justamente nas horas que antecediam a morte do Sérgio, ou quem sabe, na hora de sua partida. Ele sonhou (?) que Sérgio e ele conversavam animadamente, e de repente, não estavam mais na terra, mas numa outra esfera de onde contemplavam as coisas se distanciando, mas eles não estavam preocupados com nada, iam alegres pelo caminho, subindo nas alturas, atravessando as nuvens, quando de repente, uma luz muito forte os envolveu, e o Sérgio lhe disse: “Daqui para frente vou sozinho”. Deu um aceno de mão para o Matheus e foi embora.

Meu filho acordou (?) sobressaltado. Compartilhou conosco esta estranha e belíssima história...
Quem lê, entenda...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Albert Reasoner

Conheci o “Rev Alberto”, no meu primeiro campo ministerial, em Minaçu-GO, Quando era difícil ainda chegar naquela cidade. As estradas eram verdadeiras armadilhas, porque além de muito acidentadas e precárias, o enorme tráfego de caminhões transportando amianto até Santa Tereza, onde tinha asfalto, era verdadeiramente ameaçador. Muitos caminhoneiros não respeitavam carros pequenos, e a viagem então era um verdadeiro rally.

“Rev Alberto” chegava ali de avião para distribuir literaturas evangélicas, bíblias, evangelizar, e levar ajuda para a população de pequenos distritos onde sequer havia estradas, mas que o avião conseguia chegar em pistas improvisadas. Transportava pessoas enfermas dos pequenos vilarejos para os hospitais das cidades mais próximas. Era missionário americano, e viveu no Brasil desde 1961, seus pais foram missionários no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso. Sua esposa era a Cathy (Catherine).

Começou seu trabalho na Bahia e no fim estava em Tocantins, ligado à Igreja Presbiteriana do Brasil. Era piloto e pastor. Nos últimos anos trabalhou para a Igreja Presbiteriana Independente. Ele e sua esposa ficaram no Brasil até 2001. Ela teve um derrame muito sério e foi levada para os Estados Unidos em um pequeno avião ambulância. Não pôde mais voltar ao Brasil e ele se aposentou.

Ele era um verdadeiro gênio da aviação, descendo em pistas desafiadoras e com condições mínimas de segurança para falar do amor de Jesus e tratar de pessoas doentes. Quando parava em Minaçú-GO, costumeiramente ficava na casa dos amigos Cristina e Daniel Queiroz, que também me hospedavam quase todos os finais de semana que eu estava por lá. Eu pastoreava o campo de Formoso e Minaçú, e estávamos começando uma igreja também em Campinorte-GO. Tudo era feito em estrada de chão, mas eu achava aquilo tudo emocionante andando no fuscão azul que a igreja tinha disponibilizado para minhas atividades pastorais.

Por causa da transferência de ministério para outra cidade, nunca mais encontrei o “Rev Alberto”, até que, já pastoreando a Igreja Presbiteriana Central de Anápolis-GO, soube que sofrera um acidente e seu corpo estava sendo velado na Igreja Presbiteriana Independente para onde me dirigi a fim de me despedir deste respeitável missionário. Morrera num acidente de trânsito, aos 78 anos, na estrada de Goiânia para Brasília, Primeiro foi levado para um hospital de uma pequena cidade, e de lá para Anápolis. Estava com 5 costelas e o externo quebrados. Os médicos o mantiveram em coma e em tenda de oxigênio porque não conseguia respirar. A filha Tina, e seu irmão, que estavam na África a serviço da Igreja Metodista, ainda o encontraram neste estado comático. Morreu no dia 31 de Maio de 2006

O que houve de estranho em tudo isto?

O “Rev. Alberto” era um homem muito organizado na sua agenda e naquilo que fazia. Talvez porque ser piloto exige uma dose muito grande de cuidado nos detalhes e manutenção da aeronave. Então, todas as vezes que ia viajar, marcava os detalhes de sua viagem: Local, empresa de aviação, horário, alguma outra observação que julgava interessante. Mas, no dia em estava marcada sua volta aos Estados Unidos, ele foi a óbito, e na sua agenda onde deveria estar marcado tudo que era necessário fazer antes da viagem, no dia 31 estava apenas a palavra DEPARTURE!(Partida).

Na verdade era tudo o que ele precisava marcar. Estava voltando para os braços do Pai Celestial, no qual não há necessidade de detalhes, burocracia ou mesmo passaporte. A única exigência é que seja lavado no sangue do Cordeiro, e esta condição é sine qua non.

Ele foi sepultado em Anápolis, uma das bases de Asas de Socorro, uma missão com a qual esteve sempre ligado por causa de sua identificação com a aviação.

terça-feira, 8 de junho de 2010

A vida possui muitas histórias estranhas… algumas de arrepiar…

O que vou relatar nestes pequenos casos que serão contados, revela um pouco destas estranhas coisas que nos acontecem. Algumas vezes elas nos parecerão engraçadas, outras nos provocarão determinados arrepios, algumas coincidências estranhas e que chamam a atenção...

Certamente os leitores rirão de mim quando digo que não sou muito místico, nem dado a estas coisas de valorizar tudo quanto é experiência. Algumas das que narrarei agora possuem relação direta com aquilo que vivi e creio, outras, apenas as registrarei, para que os leitores julguem. Mas que tais experiências são estranhas, isto são...


Capítulo I

As Estranhas coincidências da vida

Encontrando as raízes:
Foi o meu primeiro dia oficial de namoro com aquela que é hoje a minha esposa, desde Janeiro de 1983. Havia um clima muito profundo de encantamento e romance no ar. O primeiro beijo fora dado naquele dia. Depois de 4 anos de enrolação, entre tentativas de idas e vindas, finalmente admitíamos que estávamos ali realmente para valer. Assumimos que gostávamos um do outro e que agora ia.
Na casa dos pais de minha esposa em Registro-SP, resolvemos abrir o álbum de fotografia de minha namorada e contar histórias dos fatos. Fotografia é um jeito de nos fazer lembrar quem somos, de onde viemos e quem somos. Uma das primeiras fotos foi muito estranha.
Os pais de minha esposa haviam morado em Resplendor-MG, na década de 1950. Ele era pastor da Igreja Presbiteriana da cidade, minha esposa e algumas primas estavam visitando alguns parentes da região e do Espírito Santo, quando resolveram tirar uma fotografia da casa onde os pais da Sara Maria haviam morado. Pararam como adolescentes em frente à casa pastoral, tiraram fotografia no alpendre da casa, e saíram com medo de serem pegos e que o dono da casa pudesse dizer alguma coisa. Quando vi a foto me espantei: Aquela casa não era a casa paroquial onde os pais da Sara moraram, mas a casa onde meus avós paternos passaram os anos de sua velhice e morreram.
Assim meio espantado, disse que aquela casa era dos meus avôs. Apesar de fazer muitos anos que não viajava por lá, lembrava-me perfeitamente daquele alpendre que ficava em frente a ferroviária, e onde nós, adolescentes, gostávamos de ver as grandes locomotivas levando minério do Vale do aço para Vitória-ES.
Minha namorada discordou de mim.
Ela havia mostrado a foto para seus pais. Aquela era a casa onde eles haviam morado. Quando conversamos com eles recebemos a confirmação de que aquela de fato era a casa onde eles haviam morado, mas que havia sido vendida para o Sr. Antonio Vieira, que, obviamente era meu avô. Ficamos encantados com esta coincidência... Naquela ocasião aquilo fez muito sentido para nós. Eu morava agora em Tocantins, ela em São Paulo. Uma viagem ocasional propiciou esta experiência de levar minha esposa a tirar fotografia na casa dos meus avôs.
Se ele tivesse batido na porta, teria conhecido meus avós, que já partiram para a glória...


Capítulo II

Nos Lugares Inesperados:

Outra estranha coincidência e deu com um casal amigo nosso, quando morávamos no Rio de Janeiro.
Em 1992 fomos para os Estados Unidos a primeira vez. Todo empolgados, pegamos nosso carro em Miami e fomos para Orlando. Num daqueles centros de convivências feitos para turistas na Highway, Ali paramos para lanchar. Quando estava no banheiro, encontrei Silvio e Suzana Grechi, com seus filhos, e sem que soubessem de minha viagem para os Estados Unidos, vinham com a família fazendo a direção oposta, de Orlando para Miami, e ali nos encontramos. Foi uma enorme alegria e espanto, e ali nos abraçamos e nos despedimos.
Bem... tais experiências, dirão alguns, não são muito raras de acontecer. Depois de ter relatado este fato para amigos, sempre ouço histórias semelhantes.
Outro fato, porém, ligado a este casal ainda nos surpreenderia anos depois. Nos mudamos para os Estados Unidos e fomos morar no Estado de New Jersey. Nossa casa ficava cerca de 1.5 h de viagem até a Big Apple. Não era muito comum nos deslocarmos de nossa pequena cidade e irmos até New York, mas eventualmente surgia uma necessidade, ou amigos nossos que iam nos visitar e queriam ir até lá, e então os acompanhávamos.
Um dia, estávamos na 46 St, ponto conhecido de encontro de brasileiros, muitas lojas voltadas para o público de língua portuguesa, e casualmente entramos numa loja, onde ouvi uma voz conhecida de brasileiros. A estas alturas você já deve imaginar quem era. Exatamente o mesmo casal que havíamos encontrado anos atrás. Surpresos e impressionados, nos abraçamos, e como eles tinham uma agenda diferente da nossa nos despedimos e seguimos nossos rumos.


Capítulo III

Coincidências nada coincidentes

Uma das mais estranhas, porém, aconteceu com um casal de nossa paróquia no Rio de Janeiro.
Ele é odontólogo e era filho único de uma senhora que morava no interior de Minas Gerais. Sua mãe tinha muito sonho de ser avó, mas os anos se passaram e seu filho continuava sem qualquer perspectiva de um compromisso de casamento. Ela já um tanto adoentada, encontrava-se com uma jovem que se tornou muito amiga dela e cuja amizade foi muito apreciada por ambas. Esta moça sabia que aquela senhora tinha um filho, mas nunca teve oportunidade de encontrá-lo.
Um dia aquela senhora lhe trouxe uma manta trabalhada artesanalmente por ela mesma, e deu de presente a esta jovem explicando que havia feito para dar à mulher que seria a mãe de seus netos, mas que já não cria que isto iria acontecer, e resolveu entregar de presente à jovem. Alguns meses depois esta senhora faleceu.
Aquela moça se mudou para o Rio, fora cursar a faculdade de Odontologia. Terminado o curso, ingressou na Marinha onde conheceu um simpático Senhor, o Capitão Renato, e começaram a curtir a companhia um do outro. Saiam para jantar, ir ao cinema, mas ele era muito sério e demorou para que realmente tivessem coragem de admitir que estavam gostando um do outro. Ela pelo respeito institucional, e ele também porque ela era muito mais jovem que ele.
O casamento não demorou para sair. Os filhos logo vieram.
Um dia ele chega em casa e tem um espanto ao ver seu filho recém nascido enrolado naquela manta que lhe era conhecida. Aquela manta tinha um jeito inconfundível... Ele se lembrava dela... Onde a sua esposa, afinal, havia arranjado aquela manta.
Ao perguntar a origem descobriu que aquela manta fora feita pela sua mãe, para ser usada nos seus netos. Aquela senhora do interior, havia dado a manta para que a jovem pudesse acolher os seus próprios netos. Naturalmente ela já havia morrido e nunca soube do desfecho desta história, mas de fato, algo inusitado havia acontecido naquela família.


Capítulo IV

Almas doutro Mundo???

Um amigo de nossa família é conhecido e apreciado pela sua espirituosidade. É importante distinguir entre esta característica de sua personalidade com espiritualidade. Espirituoso é a pessoa que é capaz de fazer leituras jocosas e inteligentes sobre lances normais da vida transformando-os em pitorescos. Espiritualidade tema ver com o mundo dos espíritos, com pessoas que são ligadas a coisas da eternidade.
Estar perto deste amigo traz sempre a possibilidade de termos uma sessão de boas risadas gratuitas. Quando meu filho ainda adolescente o viu contar um caso engraçado após o outro nos perguntou: “Ele fica sempre decorando esta coisa para contar para os outros?”
Veja algumas de suas pérolas recentes:
 “O cara roubava tanto que era capaz de levar a meia sem que a pessoa tirasse o sapato”.
 “Depois da chuva... vem a enchurrada e leva tudo...”
Se por ironia, capricho ou gozação, ninguém saberá, já que ele não costuma levar as coisas muito a sério, apesar de sua sólida formação evangélica, reformada e calvinista, ele afirma que “morre de medo de alma de outro mundo”. Quando ele está ao lado de uma senhora idosa, ele gosta de provocá-la afirmando isto. E encontra da parte dela, um sonoro eco: “Eu também tenho muito medo”.
Corre, pelos lados de Anápolis-Go, mais precisamente na estrada que liga esta cidade a Goiânia, um boato de que ali, perto do posto do Japonês, que atualmente encontra-se desativado e em ruínas, existe uma certa aparição noturna e estranha, de uma elegante mulher, vestida de longo, sempre à beira da estrada pedindo carona, e algumas vezes o motorista, depois de passar por ela, tenta vê-la pelo retrovisor, e se surpreende por vê-la dentro do carro ou percebendo que ela simplesmente desaparece.
Este amigo meu, por causa deste “causo mal assombrado”, tem muito medo de fazer a viagem para Goiânia à noite, com medo de ter esta experiência com a mulher do posto do Japonês e engrossar a lista dos “causos de outro mundo”.
Um dia, porém, conversávamos com outro amigo nosso, sobre “causos” estranhos, e ele nos contou que ao viajar para Goiânia, certa noite, se surpreendeu com uma elegante mulher caminhando à beira da estrada, com um vestido longo, e achando estranho, olhou ainda pelo retrovisor, mas não pode mais vê-la. Este amigo tem outros problemas não como “almas doutro mundo”, mas com pessoas com distúrbios psiquiátricos, por causa disto ele tem enorme dificuldade em lidar com doentes mentais, e por ironia, sua filha resolveu fazer medicina, com especialidade em psiquiatria.
Quando ele nos relatou esta história, ou estória, ou “causo”, lhe perguntamos se ele já havia ouvido falar da história da mulher que supostamente rondaria aquele posto, e ele, a estas alturas todo horrorizado, arrepiado e assustado nos respondeu enfaticamente que nunca ouvira falar disto antes.
Tem cada coisa nesta vida...