quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Ricardo e Dudu





Conheci Ricardo num pequeno grupo de homens que estava interessado em aprofundar no tema da espiritualidade e por isto estava estudando a Bíblia. Ele tinha algumas características peculiares: Não era de falar muito, observador atento e de certa forma tímido, mas aos poucos foi trazendo ao grupo, insights e percepções preciosas acerca de Jesus e do Evangelho.

Passou a freqüentar a igreja sozinho, já que sua esposa era espírita, e participava de outro grupo. Eventualmente trazia também seus filhos, Débora e Dudu, à igreja.

Sua esposa gozava de boa saúde, mas certo dia apresentou um quadro agudo que foi diagnosticado como colite pseudo membranosa, que teria sido fatal, se ela vivesse 20 anos atrás, porque os médicos não sabiam como diagnosticar este problema e muito menos o tratamento.

Por causa desta enfermidade, Fernanda foi parar na UTI de um hospital em Goiânia, teve uma pequena alta, e em seguida, uma grave recaída que a fez retornar para a UTI, agora para um longo e exaustivo tempo de 31 dias.

Como moravam na vizinha cidade de Anápolis, a 50 Km de distância, Ricardo ia e vinha praticamente todos os dias, para acompanhar a esposa e fazer-lhe uma curta visita de apenas ½ hora, das 17-17.30 hs, o horário permitido.

Num destes dias, levou os dois filhos menores, Dudu com 6 anos e Débora com 13, almoçaram juntos, foram ao cinema, e ele os deixou sozinho e foi visitar a esposa. Aquele dia, do ponto de vista clínico, fora muito pesado para Fernanda, o quadro havia se agravado bastante, e ele saiu da UTI com a sensação de que sua esposa não sobreviveria. Atônito, ligou para sua filha Débora para lhe dizer que ia apanhá-los.

Ao atender o telefone, sua filha lhe disse apavorada: “Pai, perdi o Dudu! Ele saiu de perto de mim e eu não mais o encontrei”. Esta era a notícia que lhe faltava. Angustiado e triste, dirigindo o seu carro, começou a gritar desesperado: “Deus me ajuda! O que o Senhor quer de mim? Não agüento mais!”.

Ao chegar no Shopping percebeu que o mesmo estava lotado, era um sábado à tarde, e ao tentar estacionar na entrada onde havia deixado as crianças, não encontrou vaga; seguiu para a 2ª entrada, e igualmente não conseguiu estacionar, dirigiu-se para a 3ª entrada, e surpreendentemente encontrou uma vaga na porta do shopping, num local privilegiado. Saiu do carro e a primeira coisa que avistou, assentado silenciosamente na porta, foi o seu filho Dudu. Correu para ele e o abraçou perguntando: “Filho, como é que você veio parar aqui?”, e ele serenamente afirmou, sem entender o drama do pai: “Quando eu perdi a Débora, eu perguntei ao guarda onde era a saída, e vim para cá esperar o senhor”.

Ricardo retornou para sua casa com a confiança renovada em Deus. Sua esposa saiu daquele crítico quadro de saúde, os medicamentos foram surtindo o efeito desejado e ela foi plenamente restaurada.

Hoje Ricardo dá testemunho da graça de Deus: “Eu sei que tudo que acontece na nossa vida tem um plano, mesmo as coisas aparentemente mais simples. Eu sei que ele cuida maravilhosamente de nossa vida”. A experiência difícil daquele dia tornou-se um marco para sua existência e mostrou que Deus realmente cuida de cada um de nós, até mesmo nos detalhes.