sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Apenas um sonho... Mas que sonho!!!

Um dos grandes músicos que conheci foi o Zé Américo. Toca vários instrumentos e tem a capacidade de discernir sons e tons com extrema facilidade, que chegou-se a afirmar que ele tem um “ouvido absoluto”, isto é, capacidade extrema de musicalidade.

Mas é com a sanfona que ele mais se identifica. Sempre é agradável ouvi-lo tocando os acordes. No dia em que meus pais fizeram bodas de ouro, ele foi acompanhado do seu inseparável companheiro Dr. Antônio Rodovalho, (Toninho, meu dileto presbítero), até a cidade de Gurupí-TO. Meu pai e minha mãe estavam tão felizes que, na medida em que eles cantavam antigas trovas, apesar de serem evangélicos há muito tempo, com um histórico de dançar nas festas de fazenda antes de se converterem, se animaram e começaram a arrastar o pé juntos numa dança improvisada. Aquilo foi uma festa e novidade para nós que nunca os vimos dançando. Os netos vibraram com tudo.

Zé Américo teve o privilégio de tocar com gente famosa como Geraldo Azevedo, e nunca decepcionava. Nos retiros da igreja, lá estava ele com sua sanfona, fazendo firulas e encantando a todos.

Tinha porém problemas graves: Foi viciado em drogas, e era alcoólatra. Ele se converteu a Jesus depois de anos de dependência. Certa vez, estando no Pico dos Pirineus, um local turístico por ser o ponto mais alto do Estado de Goiás, teve um surto tão violento com drogas que só não se atirou do morro porque seus amigos o seguraram e o prenderam. Em transe se achava um passarinho e que tinha capacidade de voar.

Quando Jesus começou a fazer parte da sua história, ele abandonou as drogas e o álcool de forma radical, e por mais de dez anos não teve recaídas, mas por causa do ambiente que frequentava, um dia cedeu e sua dependência retornou de forma intensa para o álcool. Isto entristeceu e preocupou muito a igreja e família. Seus filhos, resolveram enviá-lo para uma temporada de três meses nos EUA, onde foi hospedado por um tio que era pastor. Voltou recuperado, mas depois de alguns meses, nova recaída.

A família vivia preocupada, cercando-o e vigiando-o. Nas vésperas do natal, seu irmão o convidou para irem à Bahia, sua terra natal, os filhos, preocupados desaconselharam o tio, que os tranquilizou dizendo que cuidaria dele. Contudo, ainda na viagem, sua sobrinha falou que estava levando 8 garrafas de uísque de primeira qualidade, e seus olhos brilharam. Sem cerimônia afirmou que tinha certeza de que estas garrafas seriam consumidas nas festas de natal.

Chegando à Bahia, foram recebidos com muita alegria e honra. Ele, bom sanfoneiro, começou a tocar a noite inteira, regado por muita bebida. Numa destas madrugadas, só conseguiu chegar ao quarto para dormir, porque os amigos praticamente o carregaram. Novamente o álcool passara a dominar sua vida.
Algo, porém, inusitado aconteceria. Ele sonhou que seu pai, já falecido em 1972 lhe apareceu, mostrando-lhe duas cenas: De um lado, bebidas de todas as marcas e gostos; de outro, sua família, filhos e netos. E ele então lhe disse que Zé Américo deveria decidir por um dos dois, porque não teria ambos. Seu pai fora um homem severo e justo, e por isto era muito respeitado pela família. Diante das alternativas, ele não teve dúvida: escolheu a família. E instantaneamente, no seu sonho, o cenário com as bebidas desapareceu, e só a família permaneceu.

Acordou sobressaltado. Sendo evangélico sabia que os mortos não voltam, mas entendeu imediatamente que esta havia sido a forma que Jesus utilizara para trazer-lhe libertação. No outro dia, logo cedo as pessoas começaram a lhe trazer bebida, e ele rejeitava. Quando indagavam desde quando ele havia parado, respondia: Algumas horas atrás.

Hoje Zé Américo não toca em bebida. Ele afirma que a diferença de hoje é que, antes ele não bebia, mas a bebida ocupava sempre seu pensamento, agora ele não tem mais vontade. Sabe que não pode mais voltar a beber, por amor à sua família.

Aquele sonho foi apenas um sonho, mas que sonho!


Ele revolucionou a vida do Zé Américo.  

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Trajetória de um Livro


Hoje, 20 Agosto 2015, me aconteceu um fato curioso:

Fui procurado pelo diácono Ricardo Martins, que queria me dar o presente de um livro que ele havia encontrado no sebo, datado de 1881, portanto uma raridade e preciosidade. O título: History of Christianity, de Henry Hart Milman, Editora Thomas Y. Crowell, New York. Quando ele cuidadosamente tirou a proteção de plástico  do livro e o abri , meus olhos se voltaram imediatamente para a assinatura de seu antigo dono: A. B. Nicholls.

Curioso, quis descobrir se a internet falava alguma coisa daquela pessoa que havia assinado aquele livro e que fazia parte de seu acervo há tanto tempo atrás. Tratava-se de um conhecido literato inglês, A.B. Nicholls, que foi Dean of St Paul´s, Londres. Ele escreveu as populares cartas do Século XIX, the brotërs letters, que narra as correspondências  entre três irmãs.

Estava, portanto, diante de um livro, que tinha valor, não apenas pela antiguidade, mas por ter pertencido a um conhecido escritor inglês. Encontrei rapidamente sua assinatura, debaixo de sua fotografia, e ela confere em tudo com a assinatura que tenho da cópia do livro que estava em minhas mãos.

Cuidadoso, perguntei ao Ricardo se ele não gostaria de repensar a doação, já que, o livro passava a ter um significado e valor ainda maior. Ele disse que aquele livro era para mim mesmo, e que estava tudo bem.

Hoje, estou interessado em ler, não apenas o livro que me entregue, mas acima de tudo, as cartas publicadas por este literato e pároco inglês, cuja assinatura  me fez identificar o dono original do livro que me chegou às mãos.

Como este livro chegou ao Brasil, como  foi encontrado pelo Ricardo, quantas pessoas anteriormente foram proprietárias deste livro, certamente nunca saberei, mas posso imaginar que este livro foi adquirido criteriosamente pelo seu dono original, Nicholls, numa antiga livraria, nos anos de 1890, nas ruas londrinas. Como fazemos ao entrar hodiernamente numa loja e procurar um livro que desperte nosso interesse para comprá-lo e levá-lo para casa. Provavelmente Nicholls se debruçou neste livro para folheá-lo e lê-lo, como fazemos ao adquirir um livro.

Isto o torna muitíssimo significativo para mim.

Veja as imagens abaixo:
A primeira e a última são do livro que encontra-se na minha biblioteca.
A do meio foi extraída da internet. Qualquer pessoa poderá verificar por si mesma, a identificação da assinatura.










quarta-feira, 10 de junho de 2015

Diário de uma bicicleta







Dr. Josiah Wilding (Dr. Joe), conhecido cardiologista em Anápolis, é escocês. Cresceu no Brasil no meio dos índios Carajás, com sua viúva mãe, Dr. Rettie Wilding, uma médica missionária que exerceu voluntariamente sua função na Ilha do Bananal (Goiás).

Ainda na infância, foi para a Escócia, e aos 14 anos ganhou uma bicicleta, que se tornaria sua companheira por muitos anos. Quando retornou ao Brasil, trouxe consigo seu estimado brinquedo.

Posteriormente passou no vestibular para medicina na Universidade Federal de Minas Gerais, mudou-se para Belo Horizonte, levando sua antiga companheira que lhe serviu como transporte para a faculdade. Durante os seis anos que ali morou, sempre fez uso da mesma para seus deslocamentos.

Uma vez formado, veio para Anápolis onde exerceria a medicina, e precisando dos serviços de um carpinteiro, negociou sua bicicleta com os móveis de sua casa e pelo serviço que foi executado. Anos mais tarde este homem mudaria para São Paulo e levou a bicicleta para aquela grande cidade.

Outra pessoa, amiga deste marceneiro que morava em Anápolis, foi a São Paulo e vendo a bicicleta encostada, a negociou trazendo-a novamente para o interior. Quando o Dr. Joe soube que sua bicicleta estava de novo na cidade, procurou o novo dono e a readquiriu.

Um dia seu filho, foi com esta bicicleta à casa da sua namorada, deixando-a do lado de fora e ela foi roubada. Um funcionário do Dr. Joe, Carlos Disney, soube que a bicicleta roubada estava no Bairro Boa Vista e contou para o seu patrão. Ao invés de denunciar o roubo à polícia, pediu que o Carlos negociasse com o novo dono o valor, e tornou a adquiri-la.


Hoje esta relíquia ainda existe. Encontra-se empoeirada e pendurada na garagem de sua casa, mas com algumas pequenas reformas e consertos, ainda poderia voltar a funcionar. Nunca duvide de uma bicicleta com uma história tão rica quanto esta.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Um encontro pode transformar sua história



No dia 09 de Abril de 1977, portanto 38 anos atrás, conheci a minha esposa, Sara Maria. Naquela época eu tinha 17 e ela13 anos. O encontro foi surpreendente para mim. Estava diante de uma das moças mais interessantes que já conhecera na minha vida, apesar de 13 anos tinha corpão de mulher, e me apaixonei instantaneamente. Esta atração, certamente, me fez sofrer um bocado de amor, mas minha história mudou para sempre.

O encontro foi prá lá de “casual”. Eu cursava o primeiro ano de Teologia em Campinas, SP e meus pais moravam em Gurupí-TO. Passar o feriado com meus pais era impensável. Além de uma longa viagem, o custo era caro. Estava a quase 2000 mil Km de distância de casa. 15 horas de viagem para Goiânia, mais 12 horas de Goiânia para Gurupí.

Um dos primeiros amigos que fiz no Seminário era um rapaz falante, um pouco mais velho que eu que, não querendo me deixar sozinho no campus, não somente me convidou para passar o feriadão na sua casa, como me ajudou, em parte, com os custos financeiros. Recomendando-me solenemente, que não me engraçasse com sua irmã. Parece brincadeira, mas não é... como vocês podem ver, sua recomendação foi um fracasso.

Desde o primeiro encontro, me apaixonei. Apesar de certa correspondência de sua parte, creio que ela era muito menina ainda, e o sentimento maior veio de minha parte, meio unilateral. Ela tinha 13 anos, menina; eu, 17, imberbe. Desde então, porém, embora não começássemos nada sério, nunca nos distanciamos afetivamente um do outro. Quase quatro anos depois começamos a namorar, e depois anos depois, nos casamos.

O ponto de reflexão para mim é: Um encontro pode transformar sua história.

Não considere o que está acontecendo hoje contigo. Este encontro pode ser social, acidental ou incidental, um evento ou uma tragédia, tudo pode ser ponto de partida para uma mudança radical na sua vida.


38 anos se passaram, desde que a encontrei. Minha vida nunca mais foi a mesma... E que grande alegria compartilhá-la com ela. Deus enriqueceu minha vida desde então, e nunca mais fui o mesmo!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Pecado no arraial



Tenho um amigo nos Estados Unidos que foi presbítero numa igreja da cidade vizinha onde eu morava. Num sábado ele teve um pesadelo que o abalou profundamente. Sonhava que ao chegar à igreja via uma grande movimentação de pessoas, com policiais, repórteres e bombeiros, pois havia o rumor de uma pessoa morta, já em estado de putrefação, no porão da igreja. No sonho, ao se encontrar com o pastor viu que ele estava completamente desequilibrado emocionalmente, pedindo aos membros da igreja que era preciso ocultar o cadáver  pois seria muito perigoso se a polícia o encontrasse, e a igreja perderia sua reputação e seria grande escândalo na cidade.

Este presbítero, porém, retrucava dizendo que não podiam ocultar o corpo no porão da igreja, mas revelar onde ele estava. A ocultação do cadáver era crime e a igreja não deveria acobertar qualquer problema, mas ser transparente naquilo que fazia. Sobressaltado acordou perplexo com o sonho.

No outro dia, ao chegar à igreja, o tema da pastoral do boletim era: “Há pecado no arraial”. O articulista falava do pecado de Acã, um soldado israelita que lutou contra os amalequitas, mas a despeito da clara orientação em não trazerem nenhum despojo da guerra, ao ver barras de ouro e vestes festivais, não resistiu e cedeu à cobiça, trazendo aqueles preciosos bens para sua casa, atraindo o juízo de Deus pela desobediência. O pecado foi descoberto e toda aquela família exterminada.


Um mês depois deste estranho sonho e o “coincidente” artigo no boletim, o pastor daquela igreja foi surpreendido na prática de homossexualismo trazendo grande dor a todos os membros e uma quebra irreparável na unidade da comunidade. Havia sim, pecado no arraial. Um cadáver estava sim, escondido no porão daquela igreja.