sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Pecado no arraial



Tenho um amigo nos Estados Unidos que foi presbítero numa igreja da cidade vizinha onde eu morava. Num sábado ele teve um pesadelo que o abalou profundamente. Sonhava que ao chegar à igreja via uma grande movimentação de pessoas, com policiais, repórteres e bombeiros, pois havia o rumor de uma pessoa morta, já em estado de putrefação, no porão da igreja. No sonho, ao se encontrar com o pastor viu que ele estava completamente desequilibrado emocionalmente, pedindo aos membros da igreja que era preciso ocultar o cadáver  pois seria muito perigoso se a polícia o encontrasse, e a igreja perderia sua reputação e seria grande escândalo na cidade.

Este presbítero, porém, retrucava dizendo que não podiam ocultar o corpo no porão da igreja, mas revelar onde ele estava. A ocultação do cadáver era crime e a igreja não deveria acobertar qualquer problema, mas ser transparente naquilo que fazia. Sobressaltado acordou perplexo com o sonho.

No outro dia, ao chegar à igreja, o tema da pastoral do boletim era: “Há pecado no arraial”. O articulista falava do pecado de Acã, um soldado israelita que lutou contra os amalequitas, mas a despeito da clara orientação em não trazerem nenhum despojo da guerra, ao ver barras de ouro e vestes festivais, não resistiu e cedeu à cobiça, trazendo aqueles preciosos bens para sua casa, atraindo o juízo de Deus pela desobediência. O pecado foi descoberto e toda aquela família exterminada.


Um mês depois deste estranho sonho e o “coincidente” artigo no boletim, o pastor daquela igreja foi surpreendido na prática de homossexualismo trazendo grande dor a todos os membros e uma quebra irreparável na unidade da comunidade. Havia sim, pecado no arraial. Um cadáver estava sim, escondido no porão daquela igreja.