Rev. Paulo Long, foi
missionário durante muitos anos no Congo e no Brasil. Muitas das Igrejas
presbiterianas plantadas no Norte de Goiás e Tocantins, resultaram de sua
enorme visão e incansável zelo pela obra do Senhor.
No seu livro, “O homem
de chapéu de couro”, relata que em 1963 encontrou em Gurupí-TO, o Seu Benigno, (pessoalmente tive o prazer de
conhecer este homem e até hoje sou amigo de seus filhos), nos dias que a Belém-Brasília
estava sendo construída. No primeiro encontro aquele homem estava acompanhado
de sua esposa e ambos demonstraram muita perturbação e irritação durante o
tempo que o famoso pregador Patrício Lili, de origem indígena, tentava pregar a
um grupo de pessoas que se reunia na rua empoeirada. Eles ficavam rindo e
fazendo de tudo para chamar a atenção das pessoas para que não ouvissem a
mensagem.
O Rev Paulo longo
perguntou ao Patrício porque aquele casal se opunha tanto á pregação do
Evangelho, e como ele viera conhecia este mundo espiritual, explicou que ambos
estavam debaixo da orientação de espíritos malignos. Explicou que somente Deus
seria capaz de mudar suas mentes e suas vidas, porque eles estavam escravizados
por forças espirituais. Patrício já havia trabalhado entre tribos indígenas e
vira muitas vezes pessoas sob influência poderosa de entidades.
Seu Benigno era também
descendente de negros e indígenas e conhecido macumbeiro na cidade. Sua esposa
recebia espíritos malignos, e embora dissesse que queria se comunicar apenas
como bons espíritos para ajudar as pessoas, na medida em que se envolvia com
tais espíritos tinha que se submeter às exigências cada vez maiores do diabo.
No dia seguinte ao se
dirigiram para um local onde iriam se reunir, cerca de 60 pessoas vieram para
ouvir o pregador, e como o espaço era pequeno, um número igual de pessoas ficou
do lado de fora olhando pela janela. Seu Benigno e D. Marta estavam entre eles.
Na medida em que Patrício
pregava eles começaram a objetar. Isto começou a perturbar o encontro e algumas
pessoas queriam expulsá-los da reunião, mas o Rev. Paul Long insistiu para que
ficassem e ouvissem a palavra. Eles ficaram mas estavam visivelmente irados com
a pregação. Quando terminou o sermão, o Rev. Paul lhes perguntou se gostariam de
receber uma oração dizendo que via as batalhas dentro de suas vidas e que
somente Deus poderia libertá-los.
Marta saiu empurrando
a platéia, mas o Seu Benigno foi à frente para receber a oração. Ela saiu
gritando e dizendo: “Você está louco, Benigno!”, mas apesar de seus protestos,
eles ajoelharam e oraram. Depois da oração, embora nada exterior tivesse
acontecido, alguma coisa parecia ter mudado em sua vida.
Seu Benigno tinha uma
pequena cerâmica perto da construção da igreja e começou a vender tijolos para
a construção. Gradualmente o ódio do coração contra a igreja e o missionário
foram diminuindo e ele se mostrava cada vez mais sedento para saber do
evangelho. Depois de 6 meses assumiu a vida cristã e foi batizado, mas as lutas
espirituais, opressão satânica e o desespero maligno continuavam ainda muito
forte sobre sua vida, mas foram vencidas com oração e jejum.
Um dia Rev. Paul Long
lhe perguntou porquê ele se tornara cristão e ele contou uma história curiosa.
Sua cerâmica só podia
funcionar durante os dias secos do ano, e na época de chuva ele precisava de
outro serviço para sustentar a família. Ele ia longe para trabalhar, e sempre
que estava voltando era assaltado na pobre e violenta região que vivia. Isto o
deixava furioso. Ele tentou fazer uma macumba para aquelas pessoas, mas parecia
não funcionar, um dia um espírito maligno lhe falou sobre uma mulher,
macumbeira famosa, conhecida como “Rainha do Araguaia”, e lhe disse onde ela
poderia ser encontrada.
Benigno andou três
dias para se encontrar com ela na sua choupana no meio do mato. Quando ali
chegou, sem que o conhecesse, ela abriu a porta e disse: “Pode entrar Benigno,
eu estava esperando por você!”. Ele entrou e perguntou como ela sabia seu nome
e ela respondeu: “Eu vi você quando saiu de sua casa e andando no meio do mato.
Você quer poder para amaldiçoar seu inimigo, mas você é um bobo”. E então pediu
que olhasse para a parede de sua choupana que tinha a fotografia de um animal
correndo de um cachorro, e um caçador esperando-o para o matar. E ela disse:
“Benigno, Deus deu às criaturas o senso do perigo para correrem dele, mas você
é um bobo, você deve correr para salvar sua vida”. E apontou para outra parede
onde havia alguns livros: “Estes livros falam do mundo espiritual e como usar
estes poderes para lutar contra inimigos, mas o preço de andar com os espíritos
invisíveis é a escravidão”, e em cima da mesa havia um livro, era uma bíblia, e
aquela macumbeira lhe disse algo inusitado. “O que você precisa Benigno, não é
de poder espiritual para destruir seu inimigo, mas do poder de Deus para ter
vida. Vá, compre uma bíblia, leia-a e siga seus ensinamentos. Não seja mais um
tolo!”
Então Benigno
concluiu: “Eu comprei então uma bíblia, comecei a lê-la, e ela me falou de
Jesus e como eu poderia me tornar um cristão”.
Depois de sua
conversão, quando chegava a estação das chuvas, seu Benigno pegava um animal,
colocava bíblias e literatura cristã sobre ela, e saia pelas fazendas,
visitando pessoas e falando de Deus. Por três no ano ele se tornava um pregador
itinerante. Ele conhecia o mundo dos espíritos que trazia prisão e o poder de
Deus que trouxe liberdade à sua vida. Seu Benigno se convenceu das verdades do
Evangelho, ouvindo da boca de uma conhecida macumbeira, que ele deveria
encontrar as verdades de Deus na Bíblia.
Deus, ainda hoje continua
falando fora dos canais oficiais e através de pessoas inesperadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário