Era para ser um evento marcante.
O pai estava de viagens e só retornaria no Natal, os dias de privação e
escassez pareciam ter ficado pra trás. O pai cuidadosamente preparou os
presentes, enchendo a mala de coisas que seus pais filhos desejavam. Estava com
saudade da família, desejo de abraçar a esposa e entregar os presentes para os
filhos, que não falavam de outra coisa, senão da chegada do pai e dos presentes
que trazia consigo.
Era Natal! O que mais um pré-adolescente
pode esperar? Tudo seguia o script e estava saindo como desejado. O pai mal
esperava também para ver o rosto alegre de seus filhos ao abrir sua mala e
distribuir os presentes.
O que era para se transformar num
grande evento, tornou-se, porém, motivo de grande tristeza. As malas se
extraviaram. Todos os souvenirs estavam dentro dela. Ao sair do aeroporto,
estava triste e saiu resignadamente para encontrar sua família em casa. Onde
estavam os presentes? Por mais que preparasse a justificativa e tivesse
motivos, ele sabia que o brilho e o glamour desapareceriam. Não é isto que nos
ensina o velho livro: “A esperança que se adia faz adoecer o coração?”
Ainda na recepção, abraços e explicações.
O pai tentava diminuir a sensação de desapontamento quando o seu filho o abraça
carinhosamente e diz: “Pai, o senhor é o nosso melhor presente!”.
Como uma palavra de afeto pode
transformar um ambiente e um momento. O verdadeiro natal se tornou manifesto,
pois na verdade ele só acontece quando se ama de verdade.
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