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A
chegada da Valentina trouxe grande alegria ao lar de Lídia e Mauricio. Ela
sempre foi muito saudável e alegre, e os pais iam dia a dia celebrando a
experiência de ter recebido um presente tão maravilhoso de Deus para suas
vidas.
Quando
estava com um ano e quatro meses, ela contraiu uma forte gripe obrigando os
pais a irem ao pediatra, que depois dos exames convencionais chegou ao
diagnóstico de que se tratava apenas de uma gripe. Entretanto, no outro dia
foram obrigados a retornar ao médico e assim por três dias consecutivos, quando
a médica constatou que ela estava com um quadro de pneumonia e precisava colocar
um dreno no pulmão, encaminhando-a para Goiânia, onde tal procedimento deveria
ser realizado.
Ao
chegar em Goiânia, não havia vaga no Hospital Materno Infantil e ela vou
encaminhada para outro médico, e seu quadro clínico se complicou rapidamente. Ela
mal respirava, então ligaram para outro médico, e no Pronto Socorro Infantil,
no final do dia, ela estava tão mal que o médico a atendeu apesar de sua agenda
lotada. Diante da gravidade do quadro, o médico que já estava de saída para sua
casa, acabou permanecendo no hospital das 18.30 às 0.30 hs, afirmando que os
procedimentos foram realizados e que dentro de 5 a 6 dias ela recuperaria a saúde.
A
medicação à base de corticóide começou a ser aplicada e no quarto dia seu
inchaço aumentou significativamente e daí em diante, dopada, ela não mais
acordava. O médico ficou preocupado com o fato dela estar dormindo
ininterruptamente, um neurologista veio dar suporte e suspendeu a medicação, porque
da forma como ela estava, corria risco de afetar o sistema nervoso central, embora
reconhecendo que, ao suspender o corticóide, havia o risco de um derrame
pleural, tratava-se, portanto, de um procedimento de risco.
Ele
suspendeu a dose pela manhã e as três horas da madrugada daquele mesmo dia ela
teve uma crise de asma muito forte e a médica passou a fazer o aerolin de
resgate (bronco dilatador), até 8 da manhã, com oxigênio. Quando o médico
chegou, fez o exame e constatou que ela tivera um derrame pleural e seguiram
imediatamente para o centro cirúrgico onde colocaram um dreno no seu pulmão, que
precisava ficar de 3 a 5 dias até retirar todo líquido do pulmão.
Apesar
do procedimento correto e recomendável, ela não melhorava, e durante o tempo do dreno ela desenvolveu um
abcesso pulmonar e tiveram que manter o dreno por mais 15 dias. Seu quadro só
piorava, e depois deste tempo o médico constatou que já não se tratava mais de um
abcesso, mas uma telektasia pulmonar, que é a morte de um pedaço do pulmão.
Considerando
tudo isto, o médico precisou tirou o dreno, apesar do pulmão estar ainda com
muito liquido e risco de infecção, mas mesmo sem o dreno sua infecção não regredia.
Ela
começou então a fazer sessões de fisioterapia pulmonar, todos os dias, e
trocaram todos os remédios, entretanto, os resultados esperados não surgiam e ele
afirmou que não poderia fazer mais nada além do que estava feito. Tentaram
levar para são Paulo, mas o médico afirmou que ela não suportaria a pressão do
avião e de ambulância seria inviável pela distância, e o que poderia ser feito
naquele momento já estava sendo feito.
Uma
infectologista foi chamada para analisar o quadro e uma junta médica foi
formada para considerar novos procedimentos e Valentina passou a usar
vancomicina, micacina e emipnem, três dos mais fortes antibióticos usados em
UTI. Depois disto ela passou 10 dias neste tratamento, e quase que diariamente
fazia uma tomografia e outros exames para avaliar como seu organismo estava reagindo.
Após 31 dias nos hospitais, o médico repetiu os exames e
disse que os exames de sangue estavam bons , mas era preocupante a imagem do
pulmão. Apesar disto o médico recomendou alta, e em casa, ela continuou tomando
antibióticos via oral e uma semana depois deveriam voltar para novos exames.
No outro
sábado quando retornaram, Mauricio foi chorando de Anápolis a Goiânia, quando
num misto de ímpeto de fé e sandice, (muitas vezes estas duas realidades se
chocam ou complementam, como nos demonstra o Evangelho: “Por que ainda
incomodais o mestre? Ela já está morta!”) Lídia afirmou convictamente: “Nossa filha
já está curada!”
O médico
que a acompanhava havia dito que caso ela estivesse melhor, poderiam encaminhá-la
para são Paulo. Ao chegarem em Goiânia repetiram todos os exames e quando os compararam,
o atual e o da semana anterior, o médico bateu nas costas do Maurício e disse
com os olhos cheios de lágrimas. “A princesinha não tem mais nada! Tem coisa
que a medicina nunca vai explicar. A Valentina não tem nada!” Até mesmo a grave
talektisia pulmonar não tinha mais sinal algum. O pulmão estava completamente
zerado, e sua morte parcial sequer tinha deixado marcas. Na radiografia estava
apenas a marca do dreno para provar que realmente ela havia passado por todos aqueles
procedimentos. Exames posteriores foram feitos, mas não houve qualquer
manifestação da pneumonia.
Ate
hoje há um mistério no diagnóstico. Ninguém soube explicar a origem, se era
bactéria, fungo, o fato é que pareciam que tinham mesmo que atravessar este
deserto. Em nenhum momento a Valentina parecia triste, ela ria para todas as
enfermeiras e nunca deixava de comer, o que dessem ela comia, apesar da grave enfermidade
ela quase sempre dormia tranquilamente.
Quero registrar as palavras da própria Lídia:
“Com
um ano e quatro meses ela me ensinou a ser forte, me ensinou a ter fé. Em
nenhum momento ela deixou de crer que seria curada. Em três anos de casado,
nunca tínhamos ajoelhado, chorado e
orado juntos, mas numa determinada noite, ali na solidão e tristeza, juntos
ajoelhamos no hospital entregando a vida da nossa filha nas mãos do Senhor.
Esta confiança persiste na família, sua cura tornou-se para nós um marco e
sustento para a confiança em Deus. Nós nos recordamos do que passamos e sabendo
como Deus agiu na nossa história isto nos sustenta. Quando Deus quer não tem médico
nem doença. Saímos do hospital e uma semana depois ela estava curada“.
Registro também o testemunho do Maurício:
“O
meu grande momento não foi a cura da Valentina, nós tivemos que ficar num hotel
nas proximidades para dar melhor assistência, e numa noite, sozinho no hotel,
eu liguei a ducha do banheiro e comecei a questionar a Deus, indagando porque minha
filha estava sofrendo tanto. E ali mesmo eu ajoelhei e fiquei chorando cerca de
meia hora, e aquilo lhe trouxe uma fraqueza indescritível. Sai do chuveiro e me
deitei molhado na cama e depois desta experiência, acordei desfrutando de uma
paz superabundante, a tal ponto de admitir a possibilidade de ficar sem sua
filha sem ter angústia ou medo, como se tivesse arrancado do meu coração toda
dúvida e desconfiança de Deus. Depois disso, conversei com a Lídia, e desde
então, minha oração mudou. Eu realmente a consagrei a Deus, e estava disposto a
até mesmo a perdê-la, reconhecendo que ela era do Senhor. Hoje ao ver as crises
na empresa e trabalho, embora tenha minhas recaídas, tenho sabido lidar melhor
com as pressões que preciso enfrentar”.
Um
aspecto interessante é que as pessoas que convivem com Valentina a percebem de
forma diferente, especial, como uma pessoa com uma latente espiritualidade.
Certo dia ela, com quase três anos, ela falou para sua mãe: “mãe , tira uma
fotografia de mim com Jesus”, e abriu os braços como se Jesus estivesse ao lado
dela.
Certo
dia ela disse para a vó Lú: “Sua casa no céu é muito linda!”, e a vó perguntou:
“Como você sabe disto?” Ela respondeu: “Eu vi sua casa no céu, Jesus me
mostrou. Ela é linda, você estava de óculos escuros naquela linda casa”. Todos
que andam ao seu lado afirmam que ela possui um lado espiritual muito presente
e abençoador.
Certamente
Valentina é um presente de Deus. Deus a entregou duas vezes a seus queridos:
Quando ela nasceu, e quando se recuperou desta enfermidade que surpreendeu até
aqueles que trabalham na medicina.
Louvado Seja o Senhor!