quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Saudade de casa - Mario Lobo Jr.

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Hoje, 30 de novembro de 2019, resolvi escrever sobre a vida. Não sei se serão memórias ou registros de histórias vividas. Não sou escritor, muito menos poeta. Contudo, em algumas ocasiões me vieram ao coração pensamentos sobre situações da vida (minha e de outras pessoas de convivência ou não) e que senti vontade de escrever. Então, aí vai a primeira: 

Em 2019 meu sogro, Dr. Edésio Guimarães Guerra, sofreu um AVC aos 82 anos de vida vindo a falecer no dia  08 de janeiro de 2020, passo a narrar um episódio que aconteceu com ele e que me comoveu muito.

Quando sofreu o AVC, meu sogro, num primeiro momento, não teve seqüelas graves, apenas limitações físicas que já vinha sofrendo anteriormente. Assim, em face de sua debilidade motora, foi necessário o acompanhamento de cuidadores. Passados alguns meses, começamos a perceber uma mudança de comportamento, tais como: perda da memória, confusão mental, dificuldade de entender a realidade. Recentemente, minha esposa procurou um neuropsiquiatra, com especialidade em geriatria e após um exame foi diagnosticado com Alzheimer em seu primeiro estágio. 

Meu sogro é natural do Estado do Piauí, nasceu na cidade de Corrente, tendo vivido sua infância e adolescência na cidade de Curimatá, também no Piauí. Então, devido à doença, uma de suas tiradas era pedir para ir para casa, apesar de estar em sua casa na cidade de Anápolis, Estado de Goiás há mais de 50 anos. 

Não sou psicólogo, mas creio que se trata daquilo que chamamos de memória afetiva da infância, da família, dos amigos, mesmo num contexto de muita falta de recursos. Ele conta que chegou a passar fome. Minha esposa me contou de um diálogo que ele teve com uma das cuidadoras nos seguintes termos: 

Ele disse que queria ir para o céu oportunidade em que a cuidadora o interpelou: para que? Então ele respondeu: para ver Jesus. 

Como cristão, comecei e pensar sobre esta atitude do meu sogro de querer ir para casa e também de querer ir para o céu para ver Jesus. As Escrituras Sagradas afirmam que Deus nos fez a sua imagem e semelhança (Gn. 1.27). Há em todo ser humano um vazio que só pode ser preenchido por Deus. Creio também que chegará o dia que eu e você desejaremos ir para casa, para o céu, para junto de Deus. Este anseio Deus implantou em nossos corações. Saudade do Pai. Saudade de Deus. Um dia voltaremos para casa...

Um comentário:

  1. Meu nome é Laesse Guerra.
    Sou sobrinha do tio Edesio, moro em Taguatinga, Distrito Federal e estava no velório junto aos meus familiares e amigos do tio paea darmos nosso último adeus a ele aqui na Terra e fiquei muito emocionada com a leitura deste texto pelo Júnior e a proporção que ele ia lendo,vinha a minha mente lembranças de momentos bons vividos ao lado do tio na nossa pequenina cidade em Curimatá,ali no sertão do Piauí e uma tristeza abateu o meu coração; mas junto a essa tristeza pela partida física dele, tive uma paz interior, pois quando no relato lido pelo Júnior,na parte que ele (tio) disse, para a cuidadora, que queria ir para o Céu para encontrar com Jesus, eu creio que meu tio ali mesmo já com a sua mente um pouco conturbada pela enfermidade, teve a oportunidade de declarar e confessar que Jesus Cristo era seu Salvador, creio que foi ação do Espírito Santo agindo na vida do tio e pela fé,hoje eu creio que o tio Edesio está gozando da eternidade ao lado do Pai Celestial.
    Dou Glórias a Jesus pela sua Bondade e Graça para conosco. (15/01/2020 às 22:57h)

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