Arnaldo
Jabor afirma que a morte “A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de
milhões, uma estatística”... Dois anos atrás perdi uma sobrinha
amada, sorriso largo, querida, de apenas 22 anos de idade. Um carro em alta
velocidade numa rua na cidade de Palmas, dirigido por um jovem saído da
adolescência a atinge violentamente causando sua morte súbita. De lá para cá,
muita dor, saudades, desconforto e angústia. Noites sem sono, dores de
parto, inimagináveis, porque não há criança a nascer, mas ainda assim dói. A
mãe desconsolada, o pai tentando equilibrar os ovos tendo que administrar sua
própria dor, que ele não sabe como administrar e cuidar da dor uterina da
mãe... Luto. Quem já viveu entende...
Cada um elabora a dor como pode... não como convém.
Existe, por acaso, alguma forma correta de se lidar com perdas e lutos? A mãe
tentando juntar os cacos de um vaso quebrado como que tentando organizar
simbolicamente a sua dor, em vão. Simplesmente dói... e muito... visitando o
túmulo, comprando flores para colocar no frio sepulcro e no local do
acidente... e desta forma, desorganizada – tentando se organizar. “Nobody knows
the trouble I’ve seen, nobody, but Jesus” (Ninguém conhece as tribulações que
tenho vivido, exceto Jesus), diz um hino antigo dos “spiritual negroes”.
Com um forte background espírita, crescendo num lar onde
muitas vezes viu seu próprio pai possuído por entidades espirituais, sofrendo
por ataques malignos, angústias do inferno e torturas malignas, ainda na
adolescência ouviu falar de Jesus e começou a freqüentar a igreja Presbiteriana
onde conheceu o amor e a graça de Cristo. Hoje freqüenta a Igreja Batista de
Palmas-TO, interessada em coisas espirituais e na Palavra de Deus.
Recentemente, foi à floricultura comprar flores para
ornamentar o local do acidente da filha... organizando ou tentando organizar o
simbólico... O vendedor de flores, vendo sua dor, falou que sua filha estava
sempre ao seu lado, e quando quisesse poderia conversar com ela, era só
invocá-la. Conhecendo a verdade da Bíblia que afirma que não há comunicação
entre vivos e mortos, e que mediunidade é algo abominável a Deus, mesmo assim,
sentiu-se tentada. E a tentação sempre vem no horário de nossa maior
fragilidade. As dúvidas começaram a assolar novamente seu coração. E se fosse
possível falar com ela? E se ela realmente estivesse ali por perto? Se
pelo menos ela ouvisse? O homem ainda recomendou que se precisasse de ajuda
para invocá-la, havia uma pessoa com poderes mediúnicos que poderia ajudá-la...
deu o nome e o endereço da pessoa, e sua função (médico), bastava procurar . E
se fosse possível???
Dirigiu-se ao local do acidente com o coração
desorganizado e confuso. Enquanto colocava carinhosamente as flores naquele
pequeno memorial, uma pessoa do outro lado da rua parou o carro e acenou para
ela... Era simpática, num bonito carro, vestindo roupas elegantes, mas
desconhecida. Identificou-se como a proprietária de um hospital da cidade. Esta
mulher deu a volta na rotatória, parou perto e desceu indo em sua direção.
Carinhosamente lhe deu um abraço, era um pouco mais velha
e chorando lhe disse: “Querida, eu tenho visto você várias vezes aqui neste
lugar, eu imagino quão grande é a sua dor, mas eu quero dizer que sua filha não
está mais aqui, ela voltou para Jesus, fique tranqüila porque Deus está
cuidando dela”. Ela também havia perdido seu marido algum tempo atrás, era
evangélica, e ficou ali conversando com ela, e todas as dúvidas e
questionamentos se espaireceram. Satanás havia conseguido lançar um dardo
inflamado da dúvida em seu coração, mas Jesus havia enviado um anjo seu para
reafirmar ao seu coração em quem realmente ela deveria colocar sua esperança.
Não na força mediúnica e contacto com os mortos, mas no Deus que ressuscita os
mortos, e na obra suficiente de Cristo na cruz.
Consolada pode voltar para casa e reafirmar sua fé em
Cristo e na verdade que nos foi revelada na Palavra de Deus – A Bíblia Sagrada.