segunda-feira, 21 de julho de 2014

Visitas in (oportunas)



Arnaldo Jabor afirma que a morte “A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística”... Dois anos atrás perdi uma sobrinha amada, sorriso largo, querida, de apenas 22 anos de idade. Um carro em alta velocidade numa rua na cidade de Palmas, dirigido por um jovem saído da adolescência a atinge violentamente causando sua morte súbita. De lá para cá, muita dor, saudades, desconforto e angústia. Noites sem sono, dores de parto, inimagináveis, porque não há criança a nascer, mas ainda assim dói. A mãe desconsolada, o pai tentando equilibrar os ovos tendo que administrar sua própria dor, que ele não sabe como administrar e cuidar da dor uterina da mãe... Luto. Quem já viveu entende...

Cada um elabora a dor como pode... não como convém. Existe, por acaso, alguma forma correta de se lidar com perdas e lutos? A mãe tentando juntar os cacos de um vaso quebrado como que tentando organizar simbolicamente a sua dor, em vão. Simplesmente dói... e muito... visitando o túmulo, comprando flores para colocar no frio sepulcro e no local do acidente... e desta forma, desorganizada – tentando se organizar. “Nobody knows the trouble I’ve seen, nobody, but Jesus” (Ninguém conhece as tribulações que tenho vivido, exceto Jesus), diz um hino antigo dos “spiritual negroes”.

Com um forte background espírita, crescendo num lar onde muitas vezes viu seu próprio pai possuído por entidades espirituais, sofrendo por ataques malignos, angústias do inferno e torturas malignas, ainda na adolescência ouviu falar de Jesus e começou a freqüentar a igreja Presbiteriana onde conheceu o amor e a graça de Cristo. Hoje freqüenta a Igreja Batista de Palmas-TO, interessada em coisas espirituais e na Palavra de Deus.

Recentemente, foi à floricultura comprar flores para ornamentar o local do acidente da filha... organizando ou tentando organizar o simbólico... O vendedor de flores, vendo sua dor, falou que sua filha estava sempre ao seu lado, e quando quisesse poderia conversar com ela, era só invocá-la. Conhecendo a verdade da Bíblia que afirma que não há comunicação entre vivos e mortos, e que mediunidade é algo abominável a Deus, mesmo assim, sentiu-se tentada. E a tentação sempre vem no horário de nossa maior fragilidade. As dúvidas começaram a assolar novamente seu coração. E se fosse possível falar com ela?  E se ela realmente estivesse ali por perto? Se pelo menos ela ouvisse? O homem ainda recomendou que se precisasse de ajuda para invocá-la, havia uma pessoa com poderes mediúnicos que poderia ajudá-la... deu o nome e o endereço da pessoa, e sua função (médico), bastava procurar . E se fosse possível???

Dirigiu-se ao local do acidente com o coração desorganizado e confuso. Enquanto colocava carinhosamente as flores naquele pequeno memorial, uma pessoa do outro lado da rua parou o carro e acenou para ela... Era simpática, num bonito carro, vestindo roupas elegantes, mas desconhecida. Identificou-se como a proprietária de um hospital da cidade. Esta mulher deu a volta na rotatória, parou perto e desceu indo em sua direção.

Carinhosamente lhe deu um abraço, era um pouco mais velha e chorando lhe disse: “Querida, eu tenho visto você várias vezes aqui neste lugar, eu imagino quão grande é a sua dor, mas eu quero dizer que sua filha não está mais aqui, ela voltou para Jesus, fique tranqüila porque Deus está cuidando dela”. Ela também havia perdido seu marido algum tempo atrás, era evangélica, e ficou ali conversando com ela, e todas as dúvidas e questionamentos se espaireceram. Satanás havia conseguido lançar um dardo inflamado da dúvida em seu coração, mas Jesus havia enviado um anjo seu para reafirmar ao seu coração em quem realmente ela deveria colocar sua esperança. Não na força mediúnica e contacto com os mortos, mas no Deus que ressuscita os mortos, e na obra suficiente de Cristo na cruz.


Consolada pode voltar para casa e reafirmar sua fé em Cristo e na verdade que nos foi revelada na Palavra de Deus – A Bíblia Sagrada.

Um comentário:

  1. E Samuel, a unica certeza da vida, vem ,quer queiramos ou não, e creio eu nunca estamos preparados pra ela. Talvez seja mais fácil lidar com a morte, a perda de um ente querido, quando ele já esta doente ou já bem vivido,mas como foi com a minha filha... é brutal. até respirar dói. Mas tenho experimentado o amor e o cuidado de DEUS a cada dia, tenho aprendido que quanto mais dói mais estou perto dele e que Deus machuca , mas ele mesmo cura a ferida.
    Logo que ela foi morar no céu, uma visita oportuna, rsrsr digo que foi um anjinho, uma amiga em comum, muito brincalhona , me disse, fica triste não, a Loiane é muito espertinha , veio aqui na terra cumpriu a missão dela rapidinho e voltou correndo pra DEUS, te prepara logo pra encontrar com eles na eternidade. ISSO CONSOLOU MINHA ALMA.

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