sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O efeito Borboleta!


O dia 05 de fevereiro de 2014 foi marcante para minha família. Em 22 horas coisas surpreendentes aconteceram, incidentes profundos que marcariam e influenciariam nossa vida naquele ano de forma substancial, e eventualmente decisões futuras.

Em 1963, Edward Lorenz desenvolveu a “teoria do caos”  ou “efeito borboleta”, que se aplica a todas as áreas das ciências sociais, exatas, médicas, biológicas e humanas – e mesmo na religião. Em qualquer sistema que seja dinâmico, complexo e adaptativo.
Segundo esta teoria, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas, e, desta forma, provocar um tufão do outro lado do mundo.
Neste dia, cheguei em casa às 17 hs e encontrei o meu filho Matheus e a Larissa (nora) literalmente dançando, em clima de euforia. Ele fora contratado por uma empresa em São Paulo havia telefonado enviando o contrato para a função de supervisão de Marketing, depois de cerca de 3 meses desempregado e vivendo debaixo de um enorme stress e insegurança.  Embora sua entrevista tivesse acontecido em São Paulo, seu trabalho seria Anápolis. Quando ele foi entrevistado não sabia desta vaga, mas na conversa com o Departamento Pessoal eles informaram que só havia esta vaga. Exatamente para a cidade em que gostariam de mudar.
No dia 06, um dia depois, outros dois eventos associados ao primeiro também influenciaram suas histórias. O caminhão de mudança chegava as 7.30 hs e as caixas ocuparam praticamente dois quartos em casa, depois de fazer a rota de navio do Panamá-Santos, e pela Rodovia, de Santos a Anápolis. E às 14 hs, o Matheus fecha o negócio da compra da casa em Anápolis City.

O efeito borboleta é sensível.

Ter Matheus e Larissa perto de nós foi um presente inusitado de Deus. Nunca imaginamos esta possibilidade de forma concreta. Matheus é uma fonte de alegria para nossas vidas e Larissa se tornou um presente de Deus para nós.  Compartilhar seu glamour, alegria, incertezas e crises, tem sido uma viagem, algumas vezes tensa, outras vezes de grande prazer. Comer seu risoto, partilhar o maravilhoso feijão temperado que minha esposa prepara, e jogar sequence se tornou um doce e construtivo hábito.
Vejam como “a teoria do caos” parece se aplicar.
Meses depois, Mauricio (pai da Larissa) também encontra emprego em Anápolis. Sair do Rio para nossa cidade parece bizarro. Como o bater de asas de uma simples borboleta influencia vidas, e como eventos isolados realmente tornam-se tão interligados, afetando diretamente a vida de tanta gente.
A Bíblia diz que quando os pastores receberam a notícia do nascimento de Jesus, eles foram tomados de espanto.

Espanto! 
Esta é uma palavra adequada para o Natal. Temos perdido a capacidade de nos espantar, de olhar para acontecimentos como movimentos de Deus.

Outras palavras são derivativas: Admiração, Assombro e louvor.

Gostaria, portanto, de propor outra versão da “teoria do caos”.
Que tal pensarmos na “teoria da ordem”, já que sabemos que nem mesmo o caos é caótico. Precisamos ver o “efeito Deus” no bater de asas de uma borboleta. Em gestos isolados e desconectados que se tornam profundamente transformadores na nossa história.

Humanamente falamos de “efeito borboleta”, mas teologicamente deveríamos falar do “efeito providência”.   As coisas não são uma mera sucessão de fatos acidentais e incidentais. Deus governa a história, o nascimento de Cristo cumpre um lugar especial na agenda do Eterno.

Veja como isto é verdade:
Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher” (Gl 4.4).

O que as Escrituras Sagradas nos ensinam é que os circuitos da eternidade colidiram com a cronologia humana. Quando o kairos e o kronos colidiram na cronologia humana e se entrelaçaram – Deus enviou seu filho.
Natal deve nos causar gratidão e espanto. Nada é desproposital. Tudo possui fluidez neste sistema complexo que é a vida. Não é o acaso que vai nos proteger enquanto estamos distraídos, mas os movimentos divinos, sua palavra, suas mãos que dirigem nossos destinos. Olhemos estas coisas com espanto e gratidão.

Não “teoria do caos”, mas providência e direção. Deveríamos sempre ver a “desconstrução” como um novo lance inusitado de Deus. Diante do caos deveríamos afirmar como o meu sábio presbítero Joe Wilding gosta de afirmar: “Só quero saber como Deus vai sair desta...”


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A resposta é sim!



Conheci Wânia e Tiago num encontro de casais em Brasília. Tivemos a oportunidade de assentarmos numa mesa para tomarmos o café da manhã quando compartilhamos um pouco de nossas histórias. Embora morando em Brasília, saíram de uma pequena cidade no interior do Estado de Goiás. Cursaram faculdade fora e se encontravam na época das férias como estudantes, e assim começaram um namoro que durou dez anos.
Eu havia pregado naquele encontro sobre os desacertos da família de Ló, e como isto resultou num efeito desastroso para as futuras gerações, de onde surgiram duas nações de pessoas de péssima conduta que andavam no meio do povo, mas nunca participaram das promessas de Deus: Os Amonitas e Moabitas. Eventualmente estes povos se tornaram até mesmo um grande problema para o Israel, entrava em conflitos e fazendo guerras.
Quando Balaão, famoso macumbeiro da região, recebeu um grande cachê do rei Balaque, para amaldiçoar o povo de Deus, ele não conseguiu realizar a façanha, mas deu uma sugestão de que colocassem meninas amonitas que eram prostitutas entre o povo de Deus, e estas garotas de programa trouxeram uma doença para o arraial israelita, vindo a morrer cerca de 25 mil pessoas como resultado destes relacionamentos promíscuos,
Ao ouvir esta palavra, ele afirmou que se sentia exatamente assim. Andava no meio de povo de Deus, era amado e cuidado pela igreja, mas nunca assumira sua fé e nunca se batizara até aquele dia, apesar de ter vivido uma experiência impressionante de fé, durante o tempo de namoro. E nos relatou o episódio:
Durante seus longos anos de namoro, todas as noites orava ao Senhor perguntando se aquela garota era realmente com quem ele deveria se casar. Era uma oração pessoal e única, que ele fazia anos após anos.
Um dia, estando de férias na casa de seus pais, eles hospedaram uma senhora que veio participar de um congresso de mulheres na sua cidade. Ela viera do Mato Grosso, e tentou se aproximar dele, que demonstrou que não estava a fim de conversar com mais uma pessoa que queria “convertê-lo”. A mulher percebeu logo sua reação e se levantou para sair, mas antes lhe disse de forma bem tranqüila. “Sabe aquela oração que você tem feito nestes últimos anos? A resposta é sim!”

Ele ficou impressionado com esta palavra direta, afinal, ele não falava deste assunto com ninguém e aquela mulher não o conhecia. Isto gerou muito temor em seu coração, por considerar que, na verdade, estava lidando com realidades espirituais muito mais sérias do que ele gostaria de acreditar que fossem.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Quão surpreendente é o nosso Deus!



No dia 25 de Julho de 2014, recebemos a seguinte mensagem, enviada pelo Presbítero Marcos Araújo, sobre a vida de sua sogra, (Maria Ilaene Rodrigues Gonçalves), mãe da Francielly. De fato fomos muito edificados quando recebemos a noticia e por esta razão resolvemos publicá-la. Trata-se de uma evidência clara do amor e da bondade de Deus.

Irmãos, acabo de receber a notícia de que todos os exames da minha sogra estão EM TODOS OS ITENS  NORMAIS. Ela estava com o transplante de medula autorizado pela UNIMED pois ao longo de 2 anos os exames estavam críticos! Passou pelos maiores especialistas do Brasil e todos indicaram o transplante. Estando já em Curitiba para os primeiros procedimentos para a realização do transplante uma melhora  significativa foi observada e a medicação suspensa. Cogitou-se então que, ou os exames feitos ao longo de dois anos estavam errados ou que houve um diagnóstico errado. Nós que servimos a um Deus vivo sabemos que nenhuma das hipóteses anteriores condiz com o que aconteceu. Estamos jubilosos ao testemunhar que "grandes coisas fez o Senhor em nosso meio". Obrigado pelas orações.

Vários irmãos reagiram em forma de gratidão e louvor a Deus:
Deus tem operado maravilhosamente em nosso meio e somos testemunhas
Louvado seja o nosso Deus”. (Presbítero Dr. Antonio Rodovalho, Advogado).
“Seria possível dois anos de tantos exames repetidos estarem errados? A Deus toda honra e toda Glória!” (Presbítero Dr. Ernei de Oliveira Pina. Médico e diretor do Hospital Evangélico).
“Glórias a  Deus pelos seus grandes feitos” (Diácono Elieber Costa, Advogado)
“Amém! Este é o nosso Deus! (Diácono Renato Carlos de Assis Morais, Empresário).

Quão surpreendente é o nosso Deus!



sexta-feira, 25 de julho de 2014

Que surpresa!



 Conheci o Sr. Arão já com as graves e conhecidas seqüelas de um brutal AVC. Ele não falava, embora tentasse fazê-lo em todo o tempo, não andava, não se alimentava sozinho, e era muito mau humorado. Sua esposa (Dona Maria das Dores), era, de fato, uma mulher de dores. De forma amorosa e paciente, cuidava de seu marido, numa jornada exaustiva que exigia dela atenção integral, 24 horas ao dia, 7 dias por semana e todos os dias do ano. Por esta razão, não tinha vida social e raramente aparecia na igreja.

Todos temíamos pela saúde dela, sempre muito frágil e com uma cardiopatia tão severa que nos levava a indagar por quanto tempo sobreviveria, temíamos por sua saúde porque moravam os dois sozinhos num apartamento próximo a igreja da Gávea, no Rio de Janeiro. Se acontecesse um problema com d. Maria das Dores? E se ela tivesse um infarto, uma possibilidade muito real – quem cuidaria do Sr. Arão com sua intransigência e sem muitos recursos financeiros?

Quando a indagávamos sobre sua saúde ela sempre respondia: “Vamos levando como Deus quer”. Não era de reclamar, fazia silenciosamente sua tarefa, cuidando do seu marido, ajudando-o a tomar banho, fazendo a comida em casa e colocando na sua boca, sem murmurar, sem reclamar.

Um dia, o que temíamos aconteceu.

D. Maria das Dores foi levada para o hospital com um infarto violento. Já na ambulância os primeiros socorros foram feitos, mas apesar dos esforços dos paramédicos, foi levada para o hospital e ali teve uma parada cardíaca. O que vai acontecer agora? O Sr. Arão foi deixado sozinho e a família contactada para dar um apoio nesta hora. Estas mudanças são difíceis de serem reorganizadas, quem já passou por fases como estas sabe quão complexo isto pode ser e quanto stress causa para a família. Como ficaria a situação do Sr. Arão? Quem cuidaria dele? Algum filho poderia vir morar com ele ou ele iria morar com um dos filhos? Como lidar com o seu mau humor e suas exigências? Quem daria a noticia ao Sr. Arão da morte de sua diligente esposa?

Para surpresa de todos, ao chegarem no quarto para comunicar o óbito, descobriram que ele também havia falecido.

A igreja fez a cerimônia fúnebre com os dois caixões lado a lado. Um único ato litúrgico para despedirem deste casal, que de forma tão surpreendente havia morrido no mesmo dia.

Entre os amigos e próximos, ficava a pergunta: “Qual será a reação de D. Maria das Dores ao perceber que ela mal havia dado entrada na glória celestial e viu seu marido chegando para ser recebido no mesmo ambiente?”. Que surpresa! Ao ver seu marido certamente se surpreendeu por vê-lo chegando quase ao mesmo tempo.


Uma pessoa um pouco mais irônica respondeu: Ela deve ter dito: “Meus votos foram feitos até que a morte nos separe...”

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Visitas in (oportunas)



Arnaldo Jabor afirma que a morte “A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística”... Dois anos atrás perdi uma sobrinha amada, sorriso largo, querida, de apenas 22 anos de idade. Um carro em alta velocidade numa rua na cidade de Palmas, dirigido por um jovem saído da adolescência a atinge violentamente causando sua morte súbita. De lá para cá, muita dor, saudades, desconforto e angústia. Noites sem sono, dores de parto, inimagináveis, porque não há criança a nascer, mas ainda assim dói. A mãe desconsolada, o pai tentando equilibrar os ovos tendo que administrar sua própria dor, que ele não sabe como administrar e cuidar da dor uterina da mãe... Luto. Quem já viveu entende...

Cada um elabora a dor como pode... não como convém. Existe, por acaso, alguma forma correta de se lidar com perdas e lutos? A mãe tentando juntar os cacos de um vaso quebrado como que tentando organizar simbolicamente a sua dor, em vão. Simplesmente dói... e muito... visitando o túmulo, comprando flores para colocar no frio sepulcro e no local do acidente... e desta forma, desorganizada – tentando se organizar. “Nobody knows the trouble I’ve seen, nobody, but Jesus” (Ninguém conhece as tribulações que tenho vivido, exceto Jesus), diz um hino antigo dos “spiritual negroes”.

Com um forte background espírita, crescendo num lar onde muitas vezes viu seu próprio pai possuído por entidades espirituais, sofrendo por ataques malignos, angústias do inferno e torturas malignas, ainda na adolescência ouviu falar de Jesus e começou a freqüentar a igreja Presbiteriana onde conheceu o amor e a graça de Cristo. Hoje freqüenta a Igreja Batista de Palmas-TO, interessada em coisas espirituais e na Palavra de Deus.

Recentemente, foi à floricultura comprar flores para ornamentar o local do acidente da filha... organizando ou tentando organizar o simbólico... O vendedor de flores, vendo sua dor, falou que sua filha estava sempre ao seu lado, e quando quisesse poderia conversar com ela, era só invocá-la. Conhecendo a verdade da Bíblia que afirma que não há comunicação entre vivos e mortos, e que mediunidade é algo abominável a Deus, mesmo assim, sentiu-se tentada. E a tentação sempre vem no horário de nossa maior fragilidade. As dúvidas começaram a assolar novamente seu coração. E se fosse possível falar com ela?  E se ela realmente estivesse ali por perto? Se pelo menos ela ouvisse? O homem ainda recomendou que se precisasse de ajuda para invocá-la, havia uma pessoa com poderes mediúnicos que poderia ajudá-la... deu o nome e o endereço da pessoa, e sua função (médico), bastava procurar . E se fosse possível???

Dirigiu-se ao local do acidente com o coração desorganizado e confuso. Enquanto colocava carinhosamente as flores naquele pequeno memorial, uma pessoa do outro lado da rua parou o carro e acenou para ela... Era simpática, num bonito carro, vestindo roupas elegantes, mas desconhecida. Identificou-se como a proprietária de um hospital da cidade. Esta mulher deu a volta na rotatória, parou perto e desceu indo em sua direção.

Carinhosamente lhe deu um abraço, era um pouco mais velha e chorando lhe disse: “Querida, eu tenho visto você várias vezes aqui neste lugar, eu imagino quão grande é a sua dor, mas eu quero dizer que sua filha não está mais aqui, ela voltou para Jesus, fique tranqüila porque Deus está cuidando dela”. Ela também havia perdido seu marido algum tempo atrás, era evangélica, e ficou ali conversando com ela, e todas as dúvidas e questionamentos se espaireceram. Satanás havia conseguido lançar um dardo inflamado da dúvida em seu coração, mas Jesus havia enviado um anjo seu para reafirmar ao seu coração em quem realmente ela deveria colocar sua esperança. Não na força mediúnica e contacto com os mortos, mas no Deus que ressuscita os mortos, e na obra suficiente de Cristo na cruz.


Consolada pode voltar para casa e reafirmar sua fé em Cristo e na verdade que nos foi revelada na Palavra de Deus – A Bíblia Sagrada.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Alguém deseja se entregar a Cristo?

Faleceu dia 07 de julho de 2014, um antigo diácono de nossa igreja, com 82 anos de idade, vindo de um agravamento de saúde que o deixou inerte numa cama por mais de um ano, com uma forte crise de Alzheimer que já durava quase três anos. Serviu fielmente a Igreja Presbiteriana Central de Anápolis por muitos anos no oficio e função para a qual havia sido eleito. Tinha um hábito devocional bastante curioso. Lia a Bíblia diariamente, mas antes, a abria e ajoelhava-se para reverentemente ler e ouvir o que Deus tinha para lhe dizer naquele dia. 

Seu Josias Afonso veio do interior de Minas Gerais para assumir a gerência das antigas Casas Buri, em Anápolis-GO. Ao chegar aqui, alugou um pequeno quarto e no domingo à tarde, puxava seu tamborete e assentava-se à porta da casa para ver as pessoas passando. Como estava morando ao lado da Igreja Presbiteriana Central, esperava que alguém o convidasse para ir ao culto, mas apesar da simpatia do povo, ninguém o convidava. Até que, finalmente, o aguardado convite chegou.

A igreja tinha um belíssimo coral e isto tocou profundamente a sua vida. O pregador era entusiasmado e no final fez um apelo perguntando às pessoas presentes se alguém gostaria de entregar sua vida a Cristo. Ficou assustado, porque não entendendo a linguagem “crentês”, não conseguia fazer idéia da razão de ninguém entregar sua vida a Jesus, afinal, não seria esta a mais importante decisão da vida? Que povo tolo era aquele, que não queria se render a Cristo?

Finalmente, depois de perceber que ninguém queria entregar sua vida a Cristo, ele, sozinho, tomou a decisão e levantou suas mãos. Desde então, nunca mais se afastou da igreja, casou-se com D. Maria Auxiliadora que também se tornou uma forte auxiliadora no ministério de diaconia, e só deixou de vir à igreja no final de sua vida, quando a sua saúde física e psicológica não mais permitiriam sua freqüência à comunidade que adotou na sua vida. Seu corpo foi gradualmente debilitando, até que não mais resistiu.

Sempre penso na decisão de seu Josias. Como alguém pode se recusar, deliberadamente, a não aceitar a maravilhosa graça de Deus oferecida em Cristo Jesus. Como afirma o autor da carta aos hebreus. "Como escaparemos nós, se rejeitarmos tão grande salvação?". Ainda hoje, muitos se recusam a receber a oferta amorosa e graciosa de Deus através de seu filho Jesus Cristo. seu Josias estava certo: Como alguém pode ser tão tolo a ponto de não aceitar a maravilhosa salvação oferecida por Cristo?
Jim Elliot afirmou: "Não é tolo aquele que dá o que não pode guardar, para ganhar aquilo que não pode perder".  

Você já entregou sua vida a Cristo? 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Cicy


Clarice Lispector:
“Morrer às vezes parece um egoísmo, mas quem morre às vezes precisa muito” 
A Descoberta do Mundo, pg 144

Dia 17/02/2014 participei do funeral da Cicy (Darcy Abreu Rocha), irmã de meu cunhado Abmael Lima de Abreu. Não tive muito contacto com ela, mas conhecia bem sua história e tive alguns esparsos encontros com seus filhos Héber, Queila e Fernando. Fui ao sepultamento em consideração aos irmãos, aos filhos da Cicy e especialmente ao meu cunhado que tem sido extremamente cuidadoso e amoroso comigo.
O sepultamento se deu na Igreja Batista de Criméia Oeste, embora ela fosse membro da Capela Presbiteriana. Apesar de nunca se transferir de igreja, ultimamente frequentava os cultos nesta comunidade que ficava em frente à sua casa. O pastor que presidiu a cerimônia estava visivelmente emocionado na medida em que, carinhosamente relatava a história.
Quando aquela igreja resolveu construir o atual templo naquele lugar, logo após a chegada do pastor e outros 6 membros da nova comunidade que se reuniram no primeiro encontro para lançar a pedra fundamental debaixo de uma goiabeira, ela se aproximou e disse que fazia 15 anos que orava para que Deus mandasse alguma coisa boa para ser construída naquele lote. E já fez amizade com os pastores e irmãos.
Quando a igreja resolveu executar a construção, colocou uma faixa na frente do terreno que dizia: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão vigia a sentinela” (Sl 127.1), ela se aproximou e disse: “Seria importante colocar também o versículo do Salmo 126 que diz: Grandes coisas fez o Senhor, por isto estamos alegres”.
Cicy encontrava enorme prazer em ajudar a obra e ornamentar a igreja. Quando algum novo projeto precisava ser realizado ela não chegava ao pastor dizendo que algo precisava ser feito, antes dizia: “Nós precisamos fazer isto...”.
O pastor relatou que muitas vezes, quando reuniões de liderança se estendiam até tarde, por morava em frente à igreja, preparava café, biscoitos, bolo ou suco e levava para que as pessoas que estavam ali trabalhando não ficassem com fome. Continuou cuidando dos irmãos enquanto sua saúde permitiu.

Ultimamente vinha lutando contra um câncer. Clarice Lispector afirma que existem determinadas pessoas que sentem que precisam morrer, porque sua hora é chegada. Precisam partir. Com uma sólida fé, passou a dizer de forma constante a amigos e pessoas que a visitavam que estava pronta para ir embora, na hora que Jesus quisesse chamá-la. E foi isto que aconteceu naquela segunda feira. Depois de um tempo de luta, seu corpo cedera à doença. Mais que isto, porém, Deus a chamou para perto de si. Afinal, não é isto que diz as Escrituras: “Preciosa é aos olhos do Senhor a morte de seus santos”?

Roubando o carro do ladrão



D. Elzira participava fielmente de uma reunião de oração na Gávea, Rio de Janeiro. Todas as segundas, as 15 hs, um grupo de mulheres se concentrava ali na rua dos Oitis, para ler a Bíblia, tomar chá, e orar, e ela sempre estava presente. Morava na favela “Parque da Cidade”, e ganhava seu pão levando os filhos das amigas para a escola. Todos os dias, fazia uma lotação de seis a sete crianças e as mulheres lhe pagavam por este trabalho. Sua velha Belina era o meio de transporte.
Nesta segunda, algo sinistro aconteceria, pois ao sair da reunião descobriu que seu carro fora roubado. Ficou desolada, afinal estava numa reunião de oração, e este carro era seu meio de transporte. Suas irmãs da igreja vieram consolá-la, chamaram a polícia e fizeram o Boletim de Ocorrência. Seu carro não tinha seguro, e ela não tinha dinheiro para comprar outro veículo. Qual chance teria de encontrar um veiculo velho que logo seria desmanchado para venda de peças em algum ferro velho no subúrbio do Rio?
No outro dia cedo, seu marido que trabalhava no centro do Rio, estava dentro do ônibus se dirigindo ao trabalho, quando vê o carro de sua esposa estacionado na rua. Pediu ao motorista para parar o ônibus, saltou ali mesmo com o carro ainda em movimento, curiosa e inexplicavelmente estava com as chaves do carro. Entrou nele, e roubou o carro que o ladrão lhe roubara.

Este evento aconteceu em meados de 1993.

O ladrão que devolveu o carro


  
Black andava num velho carro, com o qual resolvia suas rotinas e afazeres pessoais, e visitava os membros de sua paróquia. Como pastor vivia um estilo de vida simples, sem muita vaidade e ostentação. Os recursos não eram muitos.
Um dia, ao sair da casa de um amigo, ficou chocado ao perceber que seu velho carro fora alvo de gatunagem. Ficou triste por ter algum material pessoal de discipulado e por ter perdido ainda sua velha bíblia. Pensou em seu coração que seria muito bom, se pelo menos o ladrão tivesse a curiosidade de ler sua bíblia e pudesse se converter.
No outro dia, de pois de uma noite mal dormida, tentando ainda assimilar a perda, recebeu um estranho telefonema:
-“Foi você que teve seu carro roubado ontem?”
-“Sim!” Respondeu ele.
-“O Senhor é pastor?”
-“Sou”
-“Então venha buscar o seu carro no Parque Amazonas (e deu toda a orientação de como chegar no local), pois não vou roubar carro de pastor”
Na sua simplicidade, o Pr. Black ainda tentou saber o nome do ladrão para orar por ele, e ele disse que não daria. Ao sair de sua casa, tentando ver como chegaria no local, mas com medo de ser algum trote, encontrou seu vizinho, que era um macumbeiro, e este, quando soube da história lhe disse que não perderia este evento por nada deste mundo e se ofereceu para lhe dar carona. Agora a “trinca” de personagens estava pronta: O pastor, o macumbeiro e o ladrão.
Seguindo as orientações recebidas, encontraram o carro, intacto, como havia sido informado. Este evento aconteceu em Anápolis, no ano de 1992.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Eu vi uma coisa

Esta narrativa abaixo foi feita por Clarice Lispector. :
Eu vi uma coisa. Coisa mesmo. Eram dez horas da noite na Praça Tiradentes e o táxi corria. Então eu vi uma rua que nunca mais vou esquecer. Não vou descrevê-la; ela é minha. Só posso dizer que estava vazia e eram dez horas da noite. Nada mais. Fui porém germinada”.  

Clarice Lispector Rio, Ed. Rocco, 1999, A descoberta do mundo, pg 51

O que a autora queria dizer com isto?
A que ela se reporta? O que ela viu? O que a “germinou”de forma tão significativa?
O que ela não quer descrever?

“Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia”(Shakespeare). 

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Uma estranha visita



Depois de 20 anos, revi um dos primos no aniversário de 80 anos de meu pai, quando familiares e amigos estiveram presentes na fazenda em Dueré. No meio de celebrações e comilanças típicas de uma família mineira, tivemos a oportunidade de atualizar informações, ouvir histórias, contar velhos “causos” e dar risadas. Num calor de 35 graus, debaixo da sombra de uma grande árvore, ouvi a história contada por este meu primo, Jonas Teixeira.
Por causa da grande quantidade de cigarros que fumava, ainda cedo sua saúde começou a apresentar uma série de debilidades: Já teve 5 infartos, e ultimamente as complicações renais o levaram a ficar internado durante 5 meses num hospital em Belo Horizonte, e numa de suas crises, amputou o dedo esquerdo de um dos pés. A urina passou a ser feita através de sondas, e ele não conseguia manter-se em pé, ou mesmo forçar o pé no chão por causa das dores lancinantes.
Uma amiga de sua empregada evangélica que orava pelo Jonas, compartilhou com outra pessoa o que estava acontecendo com seu patrão, assim como fez a menina que havia sido levada como escrava para a Síria, para servir Naamã, o comandante do exército. Ela anunciou que havia um Deus em Israel que poderia curá-lo de sua lepra.
Aquela amiga seguiu imediatamente para o hospital. Ao chegar viu o quarto cheio de familiares e amigos, e pediu a todos que saíssem, inclusive a esposa, para que pudesse orar por ele. Antes de terminar a oração, aquela mulher disse que Deus o havia curado, que ele deveria crer nesta palavra, e ele confirmou que cria que Deus o havia curado e adormeceu antes do final da oração. Quando acordou de madrugada sem sentir dor, estranhou que estivesse num quarto de hospital, tirou a roupa e foi para o banheiro, sozinho, urinou longamente depois de muitos dias, tomou um banho, e quando sua esposa chegou, estava de roupa trocada e foi repreendido por ela, mas ele serenamente disse que estava curado, que não sentia nenhuma dor e que decidiu fazer o que fez.
Exames posteriores revelaram que suas taxas estavam normalizadas, recebeu alta e encontra-se em sua casa. Esteve conosco vindo de Minas Gerais para se encontrar com a família, comeu e bebeu com alegria, alegrando também nosso coração pelo reencontro, com o estado de saúde normal. Louvado seja o Senhor!

Jonas não é o tipo de pessoa que diríamos “evangélico ou religioso”, na adolescência batizou na Igreja Presbiteriana de Mutum, mas se afastou da comunidade. Ele percebe que precisa de um aprofundamento na sua fé e manifesta desejo de ser um discípulo de Cristo, saindo de uma relação de alguém que recebe o favor, mas que não se submete a Cristo com todo o seu ser, mas o que ele experimentou certamente nos revela a grandeza deste Deus, que nos amou de forma tão generosa e graciosa.